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Publicações

FCFE – Facilitador de Conversas com Família Estendida

 


Entre a impossibilidade e a possibilidade da neutralidade, um recurso para o mediador.

Por Eliara P. Ramos


Artigo: A construção de uma relação de casal – uma relação de casal em construção.

Por M. Elena Rise de C. Vianna


Um Olhar para a Família no Judiciário

3a Vara de Família e Sucessões do Forum de Santo Amaro

“A efetividade da sentença pode dar-se pelo trabalho da conscientização e comprometimento da Mediação”.
Dra. Léa Duarte – Juíza Corregedora da Vara

Eliara Pontes Ramos*
Ellen Navega Dias**

A Mediação é uma forma alternativa para resolução de conflitos. Favorece o pensar sobre eles de um jeito novo e estratégico.

É um processo de cooperação para resolver um conflito, no qual se utiliza técnicas de valorização do diálogo, onde um terceiro imparcial é solicitado pelos protagonistas do conflito para ajuda-los a encontrar um novo caminho de forma construtiva e que seja satisfatório para ambos.

Este trabalho voluntário de Mediação nasceu de uma demanda da juíza da 3a Vara de Família, buscando dar outra qualidade de atendimento às partes atendidas por aquela Vara. O convite veio em dezembro de 2006. A partir de então iniciamos conversas com a juíza construindo o para quê destes atendimentos, o como seriam realizados os atendimentos e como seria o oferecimento desta possibilidade de conversas aos litigantes.

Somos uma equipe transdisciplinar como formações diversa: advogados, assistente social, psicopedagoga, psicoterapeuta e consultor com um olhar imparcial das questões propiciando uma melhor compreensão do conflito.

Os atendimentos tiveram início em maio de 2007 com casos encaminhados diretamente pela juíza e atendidos, naquela ocasião, na sala da mesma em horários opostos às audiências.

Atualmente contamos com 2 salas cedidas pelo setor de Conciliação e Mediação do Fórum, onde os atendimentos acontecem semanalmente, sempre às quartas e sextas feiras pela manhã das 8h30 às 12h, com ih30 de duração cada encontro. Os atendimentos são em comediação, havendo rodízio entre as duplas. Os processos encaminhados para a Mediação ficam suspensos por 90 dias por assim entender a juíza que seja útil.

Até maio de 2009, dos casos atendidos, houve …..% de desistência; …% dos casos não foram mediáveis; …% dos casos estão em atendimento atualmente; …% em espera e …% casos atendidos com acordos construídos e devidamente anexados ao processo após homologação pela juíza.

De maio de 2007 a maio de 2009 atuaram neste trabalho quatro mediadores. Em decorrência do aumento de demanda, a partir de junho de 2009 passaram a compor este grupo mais 2 mediadores. Todos os mediadores deste projeto são formados pelo Instituto Familiae em Mediação Transformativa Reflexiva.

A Mediação Transformativa Reflexiva tem como foco as relações e está orientada para o futuro, tem o acordo como uma possibilidade e visa a transformação da relação das partes. Os pilares da Mediação Transformativa são a revalorização e o reconhecimento que podem transformar a vida das pessoas. A revalorização, ou empoderamento, dá-lhe um sentido mais intenso de sua própria capacidade pessoal; o reconhecimento possibilita uma maior abertura e mais aceitação da pessoa que até então era vista como seu oponente. Parafraseando dra. Lea Duarte, este trabalho é um benefício aos jurisdicionados, especialmente pela efetividade da sentença que se dá por uma conscientização, levando a um comprometimento das partes com os acordos construídos com a participação na autoria dos mesmos. Quando não há acordo, a Mediação Transformativa Reflexiva possibilita a mudança desta relação principalmente levando ao reconhecimento da co-responsabilidade das partes, na manutenção do conflito.

Ao término do processo é construído um relatório em conjunto com os mediados e quando há acordos estes constam do mesmo. A informação aos mediados de que durante todo o processo poderão ter a presença dos respectivos advogados e que antes da assinatura do relatório, podem ter o parecer dos mesmos, ajuda na construção de um contexto colaborativo, por se sentirem mais confiantes de firmar o termos de atendimento/acordo.

A experiência de termos a presença dos advogados durante o processo ou em parte dele tem resultado numa forma de divulgação da metodologia da Mediação e trazido retornos gratificantes.

Após a assinatura dos relatórios por parte dos mediados e mediadores, através de uma petição, os mediadores requerem a juntada do relatório ao processo.

O Judiciário tem concluído que o processo de conciliação/mediação colabora para a não reincidência de processos, uma vez que as partes se apoderam da autoria dos acordos, aumentando grandemente o grau de comprometimento tornando “efetiva a sentençaa”.

Equipe de Mediadores:
. Eliara Pontes Ramos – Psicóloga, Terapeuta e Mediadora.
. Ellen Navega Dias – Assitente Social, Terapeuta e Mediadora
. Maria Cristina Pacileo Trevisan – Advogada e Mediadora
. Maria Elena Rise de C. Vianna – Psicopedagoga e Mediadora
. Mathias Wolff – Consultor e Mediador
. Perola Maria M. M. R. Cruz – Psicóloga, Terapeuta e Mediadora
Depoimentos de advogados que participaram do processo de mediação com seus clientes:
Prezadas mediadoras,
Agradeço a atenção de vocês duas para chegarmos ao bem comum, e com certeza continuo acreditando que a Mediação é o melhor caminho para a solução dos conflitos.
Os nossos encontros foram de grande valia para mim (tanto no profissional como no pessoal), e com certeza foram para a parte, por mim representada.
Ficam aqui meus sinceros votos de sucesso.

Bom dia mediadoras!
Espero realmente que este procedimento seja adotado em todo o judiciário, uma vez que em situações análogas, tornar-se-ia muito mais fácil a resolução deste tipo de conflito. Conforme já havia frisado em audiência, talvez, se a filha do casal tivesse sido “interrogada” por um promotor de justiça, talvez o resultado não fosse esse!!
Agradeço desde já a colaboração de todas as pessoas envolvidas, e, em especial às partes, que abriram suas mentes para a mediação e juntos chegaram a um denominador comum.

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* Psicóloga, Terapeuta e Mediadora.
** Assitente Social, Terapeuta e Mediadora

Não fale DE,  fale PARA….

não fale dele fale com ele

Recebi esta imagem do Humor Inteligente na página do face! Achei interessante pois uma das regras de convivência em grupo é esta: Não fale DE, fale PARA….
Este pequeno combinado evita muitas vezes que incompreensões ou mal¬-estares, dentro de um grupo, não evoluam para “falas à boca pequena” ou “ diz que me disse”que podem causar intrigas e rompimento de relações.
Assim, sempre que propomos este combinado ao iniciar um trabalho em equipe, percebemos que é bem aceito, pois todos compreendem que não deixarão de estar atendidos, na hipótese de ocorrer algum desentendimento ou aborrecimento.
Ao combinarmos que não falem DE e, sim, falar PARA, procuramos mostrar às pessoas que nem sempre temos clareza do que nos incomodou, chateou ou, até mesmo, do que queremos falar com a pessoa que estamos “ressentidos’.

Coloco entre aspas “ressentidos”, pois muitas vezes estes sentimentos, enquanto não nomeados, nos deixam num lugar de sentir e sentir novamente, sem que saibamos, claramente, o que realmente nos afetou.

Em outras, sabemos e nomeamos a raiva, chegando a nos imaginar conversando com a pessoa e até mesmo “chutando a pau da barraca”.

Com estas emoções fervilhando nem sempre é preferível falar PARA! Nestes momentos um outro combinado em grupo pode ser útil para ajudar num bom relacionamento.
Quando não estiver claro o que você sente, nem como quer falar, para quê falar, converse com outro colega do grupo tendo clareza que sua conversa, ou seja, este falar DE tem como único objetivo lhe ajudar a se preparar, da melhor forma possível, para falar PARA. E mais quando acontecer o falar PARA você estará conversando COM!

Se estivermos atentos poderemos evitar as “fofocas” que tanto prejudicam os meios organizacionais.

 

Eliara Pontes Ramos
Mediadora de Conflitos

 

PROJETO DE MEDIAÇÃO NA COMUNIDADE DE PARAISÓPOLIS

ELIARA PONTES RAMOS
ELLEN NAVEGA DIAS
HELOISA PIMENTEL DE OLIVEIRA RIBEIRO
MARIA CRISTINA PACILEO TREVISAN
MARIA ELENA RISE DE CAMARGO VIANNA
PÉROLA CRUZ (coordenadora do projeto)
ROSÁRIA BENNEGA CHÉDE
SUZANA CHRISTINA MACHADO DE AQUINO GUEDES

COMO TUDO COMEÇOU E COMO ESTAMOS HOJE

Somos uma equipe de mediadoras formadas pelo Instituto Familiae. Iniciamos nosso trabalho como parceiras do PEC-P/HIAE, na comunidade de Paraisópolis, em agosto de 2006.

Da parceria inicial a equipe evoluiu para um projeto social, cujo objetivo geral é colaborar para a prevenção da violência, principalmente a doméstica, e para a pacificação social com a transformação das relações, mediante utilização de novas formas de resolução de conflitos, pautadas pela colaboração, pelo diálogo e pelo respeito às diferenças.

As atividades do projeto :

• atendimento gratuito por meio da Mediação de Conflitos a famílias devidamente encaminhadas pelos vários setores do PEC-P;
• capacitação de profissionais e colaboradores do PEC-P através de Sistemas de Mediação e Sistemas Mediadores1.

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1. Sistemas de Mediação: Promove a capacitação de equipes de trabalho e/ou de representantes da equipe, como agentes de transformação de contexto, para incorporar os objetivos e as práticas comunicacionais da Mediação, no exercício de suas atividades; Sistemas Mediadores: Esta proposta busca o restabelecimento da comunicação entre grupos que estão em conflito, por posturas divergentes, facilitando o levantamento de pontos em comum entre eles, utilizando  a Mediação numa perspectiva ampla, direcionada para o estabelecimento de consenso e coordenação social.
No início éramos uma oficina de prática avançada, vinculada ao Setor de Psicologia do PECP. No curso de 2008, em razão da maior visibilidade do nosso trabalho e dos resultados alcançados com a Mediação, a equipe promoveu palestras aos funcionários do posto e estas levaram ao aumento da demanda. Nossa parceria evoluiu para um projeto social, com uma conseqüente ampliação para os diversos setores do PEC-P (psicologia, nutrição, serviço social, esportes, projeto educação cidadã, etc.).

MEDIAÇÃO TRANSFORMATIVA

A descrição dos mundos sociais a partir de nós mesmos e das nossas relações é uma entre as muitas maneiras de falarmos sobre a violência e o mundo em que estamos inseridos. Esta forma de descrevermos o mundo que vivemos faz parte de um novo paradigma, do universo pós moderno, em oposição ao mundo moderno onde se acreditava em certezas, em descrições objetivas e a possibilidade não estar incluído nelas.

Kenneth Gergen, psicólogo social norte americano, fala de mundos sociais construídos na comunicação e que é na relação com o outro que construímos significados e que estes nunca estarão finalizados, mas sim sempre em transformação. Ele diz: “Do ponto de vista pós moderno, a relação tem prioridade sobre o self individual , ou seja, o self somente é constituído como um subproduto das relações.” p.217 Com esta descrição, Gergen nos fala da responsabilidade relacional no lugar da certeza e de verdades de um sobre o outro.

Essa visão nos responsabiliza pelas distancias que criamos entre nós e nos coloca no lugar de protagonistas e é essa responsabilidade relacional que fundamenta o diálogo transformador.

As palavras de Schnitman (1999) reforçam o poder de transformação das conversações, criando realidades alternativas: “… mediante atos comunicativos, os sujeitos sociais reconhecem-se a si mesmos e reconhecem a outros como produtores de conhecimento e de ações, adonando-se (empowerment) de seu próprio poder como dimensão transformadora” (p.25).

A Mediação Transformativa é um processo que traz a possibilidade de mudança na forma de se relacionar com o outro e de lidar com o conflito. Esta mudança não ocorre só com o conflito atual, mas também com os possíveis conflitos futuros, pela possibilidade de mudança na forma de se ver e de ver o outro que a Mediação propicia como pela aprendizagem de lidar com o conflito. Promove melhor comunicação entre as pessoas, trazendo relações cooperativas no lugar de relações competitivas. Com isso a pessoa sai do binômio ganha/perde para o ganha/ganha.

O atendimento em Mediação é realizado por equipes formadas por dois mediadores de campo e uma equipe reflexiva. A equipe reflexiva se caracteriza pela postura de pensar depois de ouvir antes de falar (Andersen, 2002) e é composta por mediadores que podem oferecer, de forma respeitosa, observações, diferentes versões de uma mesma situação, o que sempre é de grande ajuda, tanto para os mediadores de campo quanto para os mediados, pois contribui, dessa forma, para o enriquecimento e maior agilidade no atendimento.

A oportunidade de ter “multiversões” de uma mesma situação possibilita que os mediados possam aprender a conversar, onde a diferença tem o significado de recurso e não de obstáculo e desenvolver uma outra visão de si mesmo, reconhecendo os próprios recursos e do outro.

O processo de Mediação no PEC-P, onde trabalhamos com Mediação Transformatva, inclui um encontro em grupo de pré-Mediação com o objetivo de informar aos participantes acerca do funcionamento da Mediação e de obter a adesão inicial ao processo. Em seguida, consideradas as necessidades dos participantes e a disponibilidade de horários livres, é feita uma escala de atendimentos. Nestes grupos de pré- Mediação são atendidas até 5 famílias, que podem desta forma compreender um pouco como se dá o processo de Mediação.

O processo de Mediação, compreende aproximadamente mais cinco encontros, com uma hora e meia de duração, visando propiciar o desenvolvimento de recursos comunicacionais para o manejo do conflito entre partes que tenham uma relação continuada no tempo. Ao final, é construído um relato descritivo do processo englobando suas etapas, conclusões e acordos. A Mediação Transformativa promove a escuta reflexiva, a conversa respeitosa, e a visão de valorização e reconhecimento de si mesmo e do outro no conflito.

Tem como princípios:

– voluntariedade – os mediados e os mediadores decidem se aderem ou não ao processo de Mediação;
– neutralidade – os mediadores estarão sempre atentos aos seus sentimentos, para que se mantenham como guardiães do processo e, assim também, fiquem vigilantes quanto ao princípio de Equilíbrio de Poder entre os mediados;
– confidencialidade – todos os participantes do processo assinam um termo de confidencialidade;
– respeito à decisão das partes: possibilita que os mediados se sintam considerados e envolvidos na construção do acordo, reconhecendo a própria autonomia. Isto leva a um maior empenho para a manutenção do acordo.

E tem como benefícios:

– possibilitar que os mediados se sintam compreendidos, aprimorando a capacidade de ouvir e ser ouvido;
– propiciar a transformação das pessoas e da relação, desenvolvendo uma postura colaborativa;
– habilitar os mediados a manejar eventuais conflitos futuros;
– promover a construção de diálogo respeitoso, aceitando as diferenças;
– aperfeiçoar a capacidade de criar soluções pacíficas em beneficio mútuo;
– promover a melhor compreensão dos sentimentos e capacidades próprias e do outro.

RESSONÂNCIAS DA PRÁTICA

(Relato de um caso)
J. e E., casados há 12 anos, possuem 3 filhos. A mais velha, atualmente com 17 anos, é filha somente dela, desde pequena tem uma convivência paternal com J. , chamando-o de pai. Os outros dois filhos do casal estão com 9 e 5 anos.

Foram encaminhados para a Mediação pelo setor de Psicologia, face aos conflitos existentes entre o casal e com os dois filhos menores. Esses conflitos eram permeados de violência física e verbal, por ambas as partes.

Na época do encaminhamento estava sendo avaliado, pela assistente social e psicóloga que atendia o filho de 9 anos, a possibilidade de encaminhar as crianças ao Conselho Tutelar devido agressões físicas que sofriam.

No primeiro encontro, embora o casal manifestasse preocupação com os filhos, buscando dar-lhes melhores condições materiais e emocionais, a dificuldade de comunicação entre eles e a mútua falta de confiança acabava atrapalhando a viabilidade desta intenção.

No dia a dia não conseguiam perceber o que os levava a agir agressivamente e como consequência não mudavam esse padrão de comportamento.

E. se descrevia como uma pessoa incapacitada e nervosa. Tinha um diagnóstico de fibromialgia e depressão. Licenciou-se do emprego aumentando sua baixa auto-estima. Essa descrição era sustentada pelo J. que a via dependente e incapaz de cuidar sozinha dos filhos.

Ele, por sua vez, se percebia como bem sucedido e bonito. Ela também tinha essa visão dele, aumentando sua falta de confiança e ciúmes.

Ambos apresentavam posturas que se alternavam entre ataque e defesa e com isso geravam um círculo vicioso de mais ataque e defesa. A forma como expressavam o que pensavam, desejavam e esperavam um do outro transformava a comunicação entre ambos em discussões e acusações.

No decorrer dos encontros, o formato conversacional da Mediação favoreceu a abertura da comunicação entre ambos e a colocação das questões que traziam desconforto para cada um nesta relação. Inclusive, a própria forma de diálogo, mantido nos encontros, proporcionou a reversão da dinâmica relacional ajudando-os a se perceberem participantes e responsáveis pelos conflitos existentes2. Dessa forma eles foram construindo um novo significado através da compreensão de si e do outro através da linguagem.

Os dois foram modificando e transformando o padrão da relação de adversarial em colaborativo. Foram identificando os pontos que interferiam na comunicação entre ambos e puderam fazer alguns acordos na tentativa de mudança3.

As conversas foram evoluindo e transformando o “olhar” que cada um tinha de si e do outro possibilitando uma nova descrição4.

No final do processo de Mediação, cada um pode perceber de forma consciente, mais clareza do que deveria ser feito para mudar e assim compreender sua parcela de responsabilidade na forma de se expressar e de se comunicar5.

Reflexão. Na esteira de Goolishian e Anderson (1988), enfatizamos a importância da linguagem na reconstrução de uma relação. As conversas possibilitaram uma nova descrição dos conflitos existentes, com novos significados, que proporcionaram a transformação da relação familiar. Houve também momentos de reflexão de cada um, provocados por perguntas feitas nos atendimentos. No decorrer do processo, os mediados puderam se ouvir e fazer novas escolhas, propiciando o acolhimento das necessidades de cada um.

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2O terreno do significado é entendido como um terreno lingüístico (Bateson e Maturana apud Anderson e Goolishian, 1988).
3Criamos os objetos de nossos mundos com e através da linguagem (Maturana e Varela apud Anderson e Goolishian, 1988).
4O significado não está tanto na mente das pessoas como está em sua interação (Bateson apud Anderson e Goolishian, 1988).

5Só podemos entender o que a pessoa está dizendo através do diálogo. E a compreensão é um processo e nunca chega a estar acabado. (Anderson e Goolishian, 1988).

 

FLUXOGRAMA DO PROJETO

 

fluxograma projeto mediacao paraisopolis medialogo

 

REFERÊNCIAS

 

ANDERSEN, Tom. Processos Reflexivos. 2ª edição ampliada, Rio de Janeiro: Instituto NOOS:ITF, 2002.

ANDERSON, H e GOOLISHIAN, H., “Human Systems as Linguistic Systems: Premilinary and Evolving ideas about the implications for Clinical Theory”, Family Process, 1988, 27 p. 371-393.

BUSH, Robert A. Baruch; FOLGER, Joseph P. Mediação Transformativa e Intervenção de Terceiros: as Marcas Registradas de um Profissional Transformador. Schnitman, Dora Fried; Littlejohn, Stephen (org.). Novos Paradigmas em Mediação. Cap. 5, p. 85-100. 1ª edição, Porto Alegre-RS: Artes Médicas Sul, 1999.

GERGEN, Kenneth J. Rumo a Um Vocabulário do Diálogo Transformador. SCHNITMAN, Dora Fried; LITTLEJOHN, Stephen (org.). Novos Paradigmas em Mediação. Cap. 2, p. 29-45. 1ª edição, Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

————————Alem da Narrativa Na Negociação do Sentido Terapêutico. Sheila Mc Namee e Kenneth J. Gergen ( org.) A Terapia Como Construção Social Artes Médicas, 1998

LITTLEJOHN, Stephen; DOMENICI, Kathy L. Objetivos e Métodos de Comunicação na Mediação. SCHNITMAN, Dora Fried; LITTLEJOHN, Stephen (org.). Novos Paradigmas em Mediação. Cap. 12, p. 209-223. 1ª edição, Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

SCHNITMAN, Dora Fried. Novos Paradigmas na Resolução de Conflitos. SCHNITMAN, Dora Fried; LITTLEJOHN, Stephen (org.). Novos Paradigmas em Mediação. Cap. 1, p. 17 a 27. 1ª edição, Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

SUARES, Marines. Mediación. Conducción de disputas, comunicación y técnicas. 1ª ed. 3ª reimp. Buenos Aires: Paidós, 2002.

YAZBEK, Vania C. Refletindo em Contextos de Formação. SCHNITMAN, Dora Fried; LITTLEJOHN, Stephen (org.). Novos Paradigmas em Mediação, Cap. 22, p. 383-396. 1ª edição, Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

 

Mediação Familiar em Comunidades

Por Perola Cruz – LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/perola-cruz-65690b5

 

Os sistemas familiares em Comunidades localizadas no entorno de grandes metrópoles, são constituídos por características muito peculiares.
Os relacionamentos de parentesco e constituição de família são criados muitas vezes sem laços consanguineos mas por vizinhos, padrinhos e tios por afinidade com participação ativa no dia a dia no cuidado e na educação dos filhos e na ajuda mútua constituindo-se corresponsabilidades que podem gerar por um lado, relacionamentos saudáveis que atendam necessidades materiais, físicas e afetivas, mas também conflitos severos que muitas vezes geram rupturas irrecuperáveis.

A mediação, através de técnicas transformativas reflexivas tem sido forma efetiva de intervenção nos desentendimentos e impasses dessas famílias.

A mediação utiliza ferramentas úteis que facilitam a promoção de diálogo transformador, escuta ativa e reflexão trazendo novas possibilidades para a construção de relacionamentos mais pacíficos e restaurados.

Em experiência na Comunidade de Paraisópolis em São Paulo, segunda maior comunidade do Estado,

Mediadoras voluntárias da empresa de gestão de conflitos – Mediálogo, praticam micromediaçoes, que consistem em trabalhar diferentes conflitos entre participantes destes sistemas familiares, envolvendo temas como brigas entre pais e filhos, de casal, entre vizinhos, entre irmãos, primos, etc. num único processo de Mediação que engloba conversações entre todos, em encontros conjuntos ou separados, em duplas, trios, conforme o tema abordado.
À medida que os temas em conflito vão sendo trabalhados nos encontros das micromediaçoes entre os diretamente envolvidos , o sistema familiar mais amplo vai se modificando e se constituindo num sistema de clima mais harmônico, de compreensão mútua, respeito às diferenças e comunicação mais fluida.
A mediação de conflitos é hoje um meio fundamental que colabora na construção de uma sociedade em busca da pacificação social.